Toda criança desobedece em algum momento, ou na verdade, em alguns momentos, então é necessário entendermos exatamente o que é desobedecer. Aquela criança que às vezes não segue uma regra, não acata uma ordem, faz uma birra ou é mal educada, porém sabe-se que este não é seu comportamento normal, não é o que faz constantemente, é uma criança que está em amadurecimento a birra é sinal de que ela ainda não está madura e ainda não está conseguindo se expressar de forma adequada.
Já o Transtorno Opositivo Desafiador (TOD) é um problema caracterizado por atitudes antissociais, apresentadas geralmente por crianças e adolescentes, que acontecem em ambientes sociais, como em casa, na escola e até mesmo em atividades em grupos.
De forma mais detalhada, a criança e o adolescente com TOD tem comportamentos de desobediência, uma postura desafiadora e hostil. Costumam manifestar momentos de raiva, insubordinação, teimosia constante, sentimento de vingança e uma grande dificuldade em obedecer a regras quando solicitadas.
Ao longo da infância, a criança passa por muitos momentos em que podemos observar o comportamento de birra, mais intenso do que geralmente é esperado para a sua idade. Seja em momentos coletivos ou individuais com os pais em casa, é sempre importante observar o comportamento da criança em grupos com outros amigos, na escola, onde há uma figura de autoridade e em casa. Por exemplo, uma criança com TOD na escola provocará constantes desentendimentos e mal-estar entre ela e o professor, em casa pode chegar a causar momentos de desunião, desconfiança, colocar um contra o outro e ainda atrapalhar atividades coletivas, por prazer.
O desenvolvimento do transtorno pode ser decorrente de uma criação permissiva, predisposição genética ou pela vivência dentro de um ambiente sem regras bem estabelecidas, portanto intervir de forma precoce no TOD depende de forma significativa dos pais.
A tendência dessas atitudes é muitas vezes, que, essa criança ou adolescente, seja evitada por um grupo de pessoas, sendo delegada ao isolamento.
Quais os principais sintomas do TOD?
Crianças e adolescentes com TOD são rebeldes, teimosos e se recusam a obedecer a figuras de autoridade, sejam professores, pais ou cuidadores.
Os primeiros sinais do Transtorno Opositivo Desafiador normalmente se manifestam na idade pré-escolar e o aparecimento do transtorno pela primeira vez na adolescência é menos frequente.
O TOD fica mais evidente a partir dos 4 anos (pré-escolares), se a criança demonstrar dificuldade com as regras, em reconhecer seus erros e pedir desculpas (mesmo depois de conversar com um adulto), em demonstrar arrependimento e ficar extremamente incomodada em ser contrariada, é sempre adequado a busca por um profissional especialista em comportamento infantil para uma melhor avaliação.
Os comportamentos do TOD podem se manifestar em apenas um ou em vários ambientes, como escola, casa, casa de familiares e amigos, entre outros.
Quanto mais cedo o transtorno for diagnosticado e tratado, melhores são as chances de recuperação e prevenir que o quadro se torne mais grave, pois o TOD não tratado pode gerar transtornos muito mais graves na adolescência e/ou vida adulta.
Como lidar com o Transtorno Opositivo Desafiador?
A primeira coisa a ser feita é procurar acompanhamento especializado, sobretudo neurologista, psiquiatra ou psicólogo, sem o auxílio profissional, qualquer iniciativa pode ser em vão.
É importante ressaltar que a maneira que a família intervém no comportamento é fundamental para a evolução ou não do TOD.
Diante de situações de conflitos, procure usar uma linguagem acessível e valorize as regras estabelecidas pela família como prioridade e vale lembrar que as regras são para todos!
Se a criança tiver cuidadores como babás ou se você contar com o auxílio de familiares, não há problema algum, apenas não delegue função de educação a essas pessoas, caso você seja o pai ou mãe da criança. Afinal de contas, princípios, valores e regras são específicos em cada núcleo familiar, então se faz necessário que os pontos sejam alinhados com essa pessoa que vai lhe dar o apoio.
Converse com a criança de forma clara e objetiva e a impeça de ganhar espaço para rebater ou se opor as orientações dadas. Vença qualquer contra-argumento e assuma o papel de autoridade do momento.
Valorize mais os acertos do que os erros da criança ou do adolescente.
Os pais podem e devem utilizar a estratégia da recompensa como incentivo ao bom comportamento. Conviver e conhecer as preferências, gostos e momentos gostosos junto da criança são excelentes para auxiliar na interação e aumentar o vínculo afetivo. Mesmo que a criança tenha TOD, não se pode cair no erro de apenas criticar ou punir os comportamentos indesejados, pois isso dificulta mostrar o que esperamos realmente dela.
