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Distúrbio do processamento sensorial, já ouviu falar?

Algumas pessoas entram em contato conosco com dúvidas a respeito do comportamento de seus filhos, pois tem queixas de que a criança não consegue ficar em locais com muito barulho, não tolera alguns tipos de roupa ou se recusa a fazer algumas atividades, como brincar no tanque de areia.

Sem dúvidas, ter uma criança com questões sensoriais aguçadas ou de certa forma sensíveis, traz grandes desafios não só no dia a dia desta família, mas também na rotina terapêutica e escolar.

O cheiro do lanche, o som do sinal, o barulho dos amigos na sala de aula, o tom de voz daquele professor, aquela blusa que insistem em que ele use, e que ele nunca quer vestir, fazer uma atividade da atividade com argila ou tinta pode ser um tormento. As possibilidades são quase infinitas, especialmente se levarmos em conta que um mesmo indivíduo pode ser hipersensível a um tipo de estímulo e hipersensível a outro.

Os processos sensoriais envolvem a forma como o cérebro recebe e organiza as ações e atividades sociais, através dos sentidos, juntamente à sensação de forma adequada e esperada em uma sociedade, como cumprimentar com beijos, abraços, ir à festas com música alta, entre outras coisas.

Sensorialidade é a recepção de sensações como olfato, tato, paladar, audição e visão e todas elas integradas formam o processamento sensorial.

É perceptível que existem variações individuais na intensidade em que percebemos esses estímulos e na tolerância a eles.

Na verdade, a existência de sentidos mais aguçados tem presenteado a humanidade com grandes músicos, artistas, inventores, degustadores, atletas de alta performance e tantas outras habilidades que nos encantam.

O TEA e o distúrbio do processamento sensorial.

É comum autistas apresentarem esse tipo de alteração sensorial, e o que passa de certa forma despercebido para uma pessoa neurotípica (que não apresenta um transtorno), para pessoas dentro de Espectro Autista (leia nosso texto sobre TEA) pode incomodar ao ponto deles evitarem situações que fazem parte da rotina de qualquer pessoa, afinal o contato visual é de certa forma exigido, o comprimento com toques (beijos, abraços e apertos de mãos), roupas com tipos de tecidos diferentes ou que eles já colocam como desconfortáveis e evitam lugares com barulhos e multidões.

Ainda há casos mais difíceis de lidar com questões de cheiros de comidas, ou de texturas moles, como a de alimentos cozidos ou com molhos. E de fato é o que mais causa angustia nas famílias, pois muitas vezes essa sensibilidade a textura dos alimentos acaba causando restrições significativas na alimentação dessas crianças.

Mas é exclusividade do TEA?

Não. Pacientes com TDAH (leia nosso texto sobre) também podem apresentar alterações sensoriais e ainda quem não tenha nenhum dos dois transtornos e mesmo assim apresente algum tipo de sensibilidade sensorial excessiva, mas na maioria nos casos está associado a TDAH ou TEA.

O que devo fazer se meu filho apresenta esse transtorno?

Deve ser feito um tratamento de maneira multidisciplinar, e como na maioria dos casos o primeiro contato dessa família é com o médico neurologista, é fundamental que ele conheça o transtorno para que o diagnóstico e o tratamento sejam feitos de forma adequadas.

Muitas vezes a fobia do paciente não está relacionado de forma mais grave as relações sociais, mas sim aos fatores sensoriais e isso que dificulta o paciente a sair de casa, por ser muito sensível ao barulho, por exemplo. Na escola a dificuldade da escrita pode estar ligada a questões táteis, como por exemplo, dificuldade para conseguir segurar no lápis de forma adequada ou a criança pode se tornar agressiva porque foi exposta a uma situação estressante de estímulo sensorial.

Portanto para que sejam feitas adaptações adequadas às rotinas dessa criança precisamos de um Terapeuta Ocupacional com dominância no assunto.  Interpretações certeiras de episódios de recusa ou agressividade, só são possíveis se o psicólogo identifica de forma adequada o que causou isso a seu paciente.

O fonoaudiólogo e o musicoterapeuta, precisam estar atentos aos sons, imagens que trazem incômodo ao seu paciente, e por aí vai. Mas já dá pra se ter ideia da importância que esses profissionais todos tem na vida deste paciente.

Há medicamentos específicos que diminuem a hipersensibilidade e são fundamentais para um bom desenvolvimento das atividades de vida diária da criança. 

Portanto se você conhece alguma criança que apresenta alguns destes sintomas que descrevemos, procure um especialista.

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