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Dificuldade em matemática ou Discalculia?

Muitas crianças apresentam dificuldades escolares com a matemática e isso faz em alguns momentos que os pais cheguem a refletir até que ponto aquela dificuldade é normal pensando até na possibilidade de a criança ter Discalculia. Portanto antes de iniciarmos é preciso que se entenda que a Discalculia não se trata de uma dificuldade, mas sim de um transtorno, sem cura.

Quando encontramos uma criança com um raciocínio numérico muito ruim, precisamos analisar se a criança recebeu de forma adequada todos os conceitos para aprender a matemática desde a pré-escola, se há questões emocionais de ansiedade e insegurança relacionadas ao desempenho e aprendizagem ou se há problemas no desenvolvimento neurológico em determinada parte do cérebro específica para se aprender habilidades matemáticas, ou seja, precisamos entender se são fatores externos que estão prejudicando ou se é algo ligado ao neurodesenvolvimento, que podemos dizer que é interno.

A Discalculia é um transtorno de aprendizagem raro e específico das habilidades matemáticas, onde além de não conseguir compreender conceitos para executar lições escolares há dificuldades em relacionar o raciocínio matemático no dia a dia e em atividades simples.

O paciente com Discalculia apresenta dificuldade visuo espacial, baixo entendimento numérico e dificuldade na representação do mesmo de forma abstrata, não conseguem relacionar proporções, tempo, espaço e quantidade.

Como detectar a Discalculia?

Sabemos da importância do diagnóstico precoce, neste caso não seria diferente, porém, por conta de outros sintomas que podem mascarar o diagnóstico, infelizmente hoje vemos crianças com cerca de 9 ou 10 anos conseguindo o diagnóstico, o que consideramos tardio.

Não há nenhum exame médico, nem os de imagem, como tomografias, ressonâncias, entre outros, que possam dar diagnóstico de Discalculia, por tanto é necessário que a criança seja submetida a uma avaliação clínica, envolvendo neuropsicólogo e psicopedagogo.

A criança com discalculia, tem um desempenho muito abaixo do esperado em atividades acadêmicas, no trabalho e no cotidiano, e isso deve ser claro nos testes usados pelos profissionais especializados, além da avaliação clínica feita pelo médico que acompanha esta criança.

Essas dificuldades devem aparecer em tempo de idade escolar, ou seja, na infância e com o passar do tempo isso pode dar impressão de uma evolução irregular.

Qual é o papel da escola nesses casos?

O papel da escola em casos deste tipo é fundamental, pois parte da escola o encaminhamento desta criança a profissionais especializados, com relatórios detalhados de desempenho e evolução pedagógica, é o professor que normalmente percebe os primeiros sinais de que há algo além da dificuldade.

Para fechar este diagnóstico, além da criança apresentar os sintomas por no mínimo 6 meses é necessário que ela seja submetida a intervenção psicopedagógica por outros 6 meses, somente após este período os sintomas permanecendo, é que se pode afirmar que ela é tem discalculia.

E o tratamento, como funciona?

É muito importante que o médico que acompanha esta criança haja em conjunto com a escola, por meio de orientações psicoeducativas e direcionamento da equipe multidisciplinar.  Ele deve ainda, encaminhar orientações por escrito para que a escola saiba como agir com este aluno, pois sempre são necessárias intervenções pedagógicas diferenciadas para esta criança, o que é garantido a elas pela lei.

A Discalculia é uma condição do sujeito, por isso vale lembrar que não há cura, portanto, a escola precisa estar comprometida com as sugestões dos profissionais, para adaptar as atividades até o ensino médio. É fundamental identificar os pontos fortes desta criança e lembrar que sua dificuldade é essencialmente na matemática, por isso ele precisa de adaptações onde tenha opções de outras formas de aprendizagem e isso irá perdurar para o vestibular, faculdades e até mesmo condições de trabalho.

O tratamento é interdisciplinar e a abordagem terapêutica tem eixos importantes como: Medicamentos (não há medicamento para a discalculia, mas sim para as comorbidades que podem agravá-la, como TDAH, transtorno de humor e transtornos de ansiedade), intervenções cognitivas (com psicopedagogo), psicoeducação com a escola e a família, além de que essa criança precisa “aprender a aprender”.

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