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Qual é o perfil neuropsicológico do TDAH?

Hoje em dia muito se fala da necessidade da avaliação neuropsicológica para que se defina um diagnóstico. Em casos de pacientes com suspeita de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), sinais clínicos são importantes, mas critérios puramente comportamentais não podem ser os únicos pontos para se dar um diagnóstico, sem levar em conta as funções neuropsicológicas do paciente e por isso a Avaliação Neuropsicológica já se tornou imprescindível.

O objetivo da avaliação neuropsicológica, não é rotular, mas sim, qualificar o impacto na vida do paciente para melhor poder ajudá-lo, através de uma intervenção clínica com foco e objetivo.

A entrevista inicial com os responsáveis (no caso de crianças) nos fornece uma noção a respeito das relações que estas crianças estabelecem nos ambientes em que convivem. A entrevista visa o levantamento de dados relevantes da história de vida pessoal e familiar e, sobretudo, os significados que a mãe ou o parente atribui a estes dados, dando a clarificação da (s) queixa (s), a observação inicial do paciente e o levantamento de critérios significativos pelo DSM- V. Neste momento, é importante esclarecer quais são os comportamentos apontados como “inadequados”, quem os percebe desta forma, e que impacto os mesmos têm na vida do paciente. As observações clínicas durante a testagem são também essenciais para a análise qualitativa.

A avaliação neuropsicológica geralmente se volta para a aplicação e os resultados de um conjunto de testes que vão medir não  apenas uma capacidade cognitiva específica, mas também capacidades comportamentais necessárias para o funcionamento psicossocial adequado do indivíduo na família, na escola, no trabalho e na comunidade.

Qual o perfil neuropsicológico do TDAH?

O que fica evidente nas avaliações é que em termos neuropsicológicos, o TDAH parece estar relacionado especificamente a uma atribuição disfuncional nas funções executivas, ou ao que é de papel do lóbulo frontal.

Estamos falando de itens ligados a planejamento, organização, raciocínios numéricos, flexibilidade mental e de resistência a distração. Geralmente nas escalas Weschler, o famoso WISC IV, a criança tende a ir mal nos testes de memória operacional (dígitos, aritmética e sequencias de números e letras). Estes avaliam a atenção auditiva, a capacidade de estocagem (“span”), a memória auditiva e a memória operacional.

Tendem a ter melhor desempenho em testes de estímulos verbais, do que os de estímulos executivos.

Em testes onde a criança precisa de planejamento antes que inicie a execução, é comum que pacientes com TDAH tenham resultados inferiores, pois há dificuldade de controle do comportamento impulsivo.

Observam-se, clinicamente, dificuldades na coordenação motora, chamada de praxia, na harmonia e na organização de movimentos mais finos. Fatores como impulsividade motora, perseveração de movimentos, falha na inibição de respostas e problemas de gerenciamento de atenção, podem justificar tais inabilidades, por isso, são frequentes a disgrafia e a falta de coordenação como sintomas presentes no TDAH. Percebe-se nítida dificuldade na dinâmica da articulação futuro/presente/passado, que se mostra baseada nos déficits da percepção e da sequenciação do tempo. O portador de TDAH pode até saber verbalizar o que deve ser feito, porém ele não parte para a ação de forma planejada, pois não mantém suas representações internas e, por isso, busca um prazer/solução imediato.

Quer dizer que meu filho tem todas essas dificuldades?

Não! Apesar de serem as características mais frequentes em casos de TDAH não é algo fechado e inflexível, pois sabemos que cada individuo é único e apresenta características peculiares, sempre baseado no seu histórico de vida, nos estímulos que recebeu ao longo dos anos e em seus interesses particulares, porém a grande maioria dos casos apresenta este perfil cognitivo.

Para interpretar devidamente o desempenho da pessoa nas funções citadas é necessário passar pela Avaliação Neuropsicológica com um profissional devidamente capacitado para essa análise, pois mais do que resultados numéricos o profissional sempre irá olhar para o desempenho único daquele paciente e comparar os resultados mais do que com outras pessoas da população com ele mesmo.

É o médico que solicita essa avaliação?

Normalmente os pais procuram pela Avaliação Neuropsicológica devido a um encaminhamento médico, porém há médicos que, infelizmente, ainda não solicitam essa avaliação e muitas vezes acabam fechando diagnósticos baseados em uma consulta de poucos minutos, porém a Avaliação Neuropsicológica Infantil (leia nosso texto sobre) tem como característica uma investigação profunda feita em muitas sessões.

Os pais que têm interesse em buscar uma intervenção mais adequada para seu filho podem buscar a Avaliação Neuropsicológica de forma espontânea e sem necessitar de solicitação médica.

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